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Intolerância ao Glúten e Doença Celíaca: causas, sintomas e tratamento

  • Dr. Francisco Benetti - Médico Nutrólogo
  • 16 de dez. de 2015
  • 3 min de leitura

Você vive se queixando de dor abdominal, já esteve no médico mas não descobriu o que tem? Pois saiba que dados norte-americanos estimam que cerca de 15% dos habitantes dos EUA são intolerantes ao glúten. E estima-se que 99% das pessoas que têm intolerância ao glúten nunca são devidamente diagnosticadas. No Brasil, de acordo com a FENACELBRA (Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil), cerca de dois milhões de pessoas já são consideradas celíacas, nome dado aos indivíduos intolerantes ao glúten por predisposição genética. Entretanto, desconfia-se que este número pode ser muito maior.


Dados apresentados pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), comprovaram um aumento no consumo de trigo por habitante de 30kg para 60 kg por ano, associado à um decréscimo no consumo de alimentos saudáveis como frutas, verduras e legumes. Esse desequilíbrio no comportamento alimentar está desencadeando o aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis, como a intolerância, além de sintomas físicos, mentais e emocionais.

Mas afinal, qual a diferença entre intolerância ao glúten e doença celíaca (DC)?


Embora ambas causem sintomas parecidos, a intolerância ao glúten e a doença celíaca possuem suas particularidades clínicas e fisiológicas.


Quem nunca se deparou com o aviso na embalagem ‘esse produto contém glúten’? O glúten nada mais é que um composto proteico presente naturalmente em muitos cereais, como o trigo, o centeio, a aveia, o malte e a cevada, ou seja, não é uma invenção da indústria moderna, e sua intolerância vem desafiando o conhecimento científico há muito tempo devido à sua apresentação clínica variada que abrange desde sintomas leves e pouco específicos, até uma síndrome clássica de má absorção intestinal em pacientes desnutridos. Para a grande maioria ele parece inofensivo mas pode ser mortal para quem possui intolerância, a qual costuma se manifestar na infância, entre o primeiro e terceiro ano de vida, podendo, entretanto, surgir em qualquer idade, inclusive na adulta. Dentre os sintomas podemos destacar a coceira, o inchaço e irritação ao redor da boca, erupção cutânea, urticária, congestão nasal e coceira nos olhos, cólicas, náuseas, vómitos, diarreia, além de dificuldade respiratória e anafilaxia.


Já a doença celíaca (DC) é uma doença autoimune, ou seja, as próprias células de defesa imunológica agridem as células do organismo, causando um processo inflamatório, caracterizado pela intolerância permanente ao glúten. Aqui os sintomas desencadeados são relacionados à morfologia e digestão, podendo o indivíduo desenvolver diarreia, danos à parede do intestino, síndrome de má absorção e, consequentemente, desnutrição.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da intolerância ao glúten é feito através de um teste cutâneo ou um exame de sangue. Já o diagnóstico da doença celíaca (DC) conta com exames laboratoriais, como testes de anticorpos sanguíneos, que, embora altamente precisos e confiáveis, não são suficientes para um resultado categórico. Por essa razão, o diagnóstico deverá ser confirmado por uma biópsia intestinal seguida de uma dieta livre de glúten para analisar os sintomas e observar se há melhora nas vilosidades do intestino.

Tratamento


O principal tratamento para a doença celíaca é a exclusão do glúten da dieta, o que não é nada fácil já que é preciso evitar 100% a ingestão de alimentos que contenham a proteína. Uma vez que a alimentação é controlada e a proteína é excluída da dieta, os sintomas desaparecem - na maioria das vezes - em um curto espaço de tempo, proporcionando a mucosa do intestino delgado uma rápida regeneração e ao paciente a sensação de que está curado.

 
 
 

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